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  • Proteção veicular cresce vendendo ilusões

    Proteção veicular cresce vendendo ilusões

    Proteção veicular cresce vendendo ilusões

    22/03/2018 / FONTE: Revista APTS Noticias via Segs

    protecao veicular
    Associações e cooperativas confundem milhões de consumidores com a venda de produto que parece seguro, mas não é.Em tempos de recessão e de dinheiro curto, a oferta de seguro de automóvel mais barato é tentadora, ainda mais se vier junto com a promessa de menos burocracia e mais agilidade na indenização. Com esses argumentos, associações e cooperativas, entidades que se apresentam como sem finalidade lucrativa, proliferam no país vendendo proteção veicular, um produto que parece seguro, mas não é. Estima-se que, atualmente, mais de 5 milhões de consumidores tenham adquirido a proteção veicular de alguma das mais de 1,7 mil entidades, acreditando tratar-se de um seguro. “Nada mais enganoso. Proteção veicular é tudo menos seguro. Precisamos dar um basta a esse engodo”, diz o presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), João Francisco Borges da Costa.Para a advogada e consultora da Confederação das Seguradoras (CNseg) Ana Paula de Barcellos, a proteção veicular pode ser caracterizada como uma espécie de fraude ou abuso aos direitos do consumidor. “Essas entidades se organizam como associações para tentar fugir da regulamentação que incide sobre o mercado de seguros, mas na verdade não atendem aos requisitos legais das associações”. De acordo com a legislação, as associações não podem desenvolver atividades lucrativas, ofertando bens e serviços de caráter empresarial. “Essas entidades formam um mercado marginal que cresce à sombra do Estado. Sem qualquer supervisão das autoridades, atentam contra a economia popular e deixam o cidadão ao desamparo”, diz o presidente da FenSeg.

    A questão é que o comprador de proteção veicular não pode contar com amparo do Código de Defesa do Consumidor (CDC) caso enfrente problemas para receber a indenização. Isso porque ele não é consumidor, mas associado ou cooperado. “Não há relação de consumo na proteção veicular”, observa Borges da Costa. “O associado assina um contrato de responsabilidade mútua e divide o risco com os demais membros. Em caso de prejuízo, todos são obrigados a dividir as perdas. É um sistema que não oferece segurança alguma ao associado. O pagamento de indenização depende do caixa da entidade”.

    A desinformação do consumidor é um elemento a favor dessas entidades. “Poucos sabem que ao ingressar em uma associação ou cooperativa estão se associando e não contratando”, alerta a advogada especialista em direito do consumidor Angélica Carlini. Dai porque ela defende a proteção do CDC também para esse tipo de relação, considerando que a venda de proteção veicular é feita sem clareza, objetividade e informações essenciais para a decisão do comprador. “Desde o início da relação, o comprador é propositadamente levado ao erro e a acreditar que teria direitos a exercer quando, na verdade, não tem, porque é associado ou cooperado. Esse indivíduo não está suficiente informado dos riscos que corre”.

    Auto popular

    Nos últimos dois anos o número de associações e cooperativas mais que dobrou. A Agência de Auto Regulamentação das Associações de Proteção Veicular (AAAPV) calcula a existência de 1,7 mil entidades em atividade. Em parte, esse avanço é resultado da crise financeira e de suas consequências, como o desemprego e a escalada da violência, que impactam no preço do seguro de automóvel. “O acirramento da crise econômica abriu caminho para os vendedores de ilusões, que, de forma enganosa oferecem a proteção veicular como se fosse um seguro mais barato”, diz Borges da Costa. A ilusão acaba, segundo ele, quando os associados não recebem a indenização em caso de acidente, furto ou roubo de seu veículo. “Perdem o patrimônio e as economias de uma vida. Aí é tarde demais”.

    O cerne do problema está, em princípio, na suposta “lacuna” de proteção aos veículos com mais idade e aos condutores com perfil mais jovem, que encontram restrições nas seguradoras. E esse é justamente o público que está na mira das associações e cooperativas. “Esse mercado ninguém explora. Os carros com mais de dez anos de uso, de periferias, as motos e os clientes com menos de 25 anos têm um perfil mais caro nas seguradoras”, disse Cleiton Campos, vice-presidente da AAAPV, durante audiência pública na Câmara dos Deputados que debateu a proteção veicular, em outubro do ano passado

    Com presença maciça na internet, essas entidades adotam discurso semelhante prometendo “proteger o veiculo por valores menores, com mais agilidade e menos burocracia”. Algumas, ainda tomam o cuidado de informar que seu produto não é um seguro.

    Para o presidente do sindicato paulista dos corretores de seguros, Sincor-SP, Alexandre Camillo, não é possível comparar proteção veicular com seguro e tampouco aceitar o argumento de que estão preenchendo uma lacuna deixada pelas seguradoras. “Produtos marginais não preenchem lacuna alguma, apenas enganam e lesam o consumidor”, diz.

    “Talvez, o mercado tenha sua parcela de culpa”, admite o presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), Armando Vergílio dos Santos.

    Ele aponta o atraso na regulamentação do seguro auto popular – produto que o mercado acredita possa barrar o avanço da proteção veicular – como um dos motivos. “A nossa resposta não foi tão rápida e incisiva”, diz. Segundo ele, a primeira versão das normas não agradou as seguradoras, porque o produto dependia de alguns fatores, como a utilização de peças recondicionadas, já que o uso de peças originais encarece o seguro.

    Em dezembro passado, a Susep, o órgão regulador e fiscalizador do setor, divulgou a Resolução CNSP 354, permitindo às seguradoras oferecer como opção a rede referenciada para a reparação de veículos sinistrados; fixar uma idade mínima de veículo e a possibilidade de utilização de peças novas. Com esses ajustes, Armando Vergílio acredita que o auto popular finalmente avançará. “Tenho certeza de que o consumidor não pensará duas vezes ao ter de optar entre um produto legal, comercializado a preços competitivos por seguradoras sólidas, que fazem provisões para garantir o cumprimento de suas obrigações e são fiscalizadas pelo governo, e a tal proteção pirata, vendida por associações que podem desaparecer da noite para o dia e que não oferecem qualquer garantia”.

    Para o presidente do Sincor-SP, somente o auto popular poderá preencher o espaço de atendimento a esse novo consumidor. “Ele terá o mesmo atendimento e as mesmas garantias, porém, com o reparo de danos feito com peças recuperadas, possibilitando uma relação de custo-benefício mais adequada para veículos mais antigos”, diz.

    O combate

    Nos últimos anos, o seguro de automóvel vem perdendo mercado. Em 2014, cresceu 9%; em 2015, 3%; e em 2016, apenas 2%. Não há dados que confirmem, mas, coincidência ou não, a proteção veicular cresceu nesse período. No ano passado, com o reaquecimento da venda de veículos, o faturamento do ramo aumentou 5,3%, atingindo R$ 2,572 bilhões em prêmios. A FenSeg nega que a proteção veicular esteja avançando no mercado de seguro auto.

    Já a Fenacor até admite que os corretores enfrentaram perdas, mas Armando Vergílio acredita que essa situação não perdure. “Em geral, os consumidores de proteção veicular sofrem com o mau atendimento, com a demora exagerada para receber indenização – nas vezes em que são pagas – e com informações inexatas. Então, cedo ou tarde, vão acabar retornando para os corretores de seguros e para o mercado legal”.

    Mas, o mercado de seguros não está parado, esperando que os consumidores se conscientizem dos riscos da proteção veicular. O combate ao seguro marginal vem sendo realizado em diversas frentes de batalhas. Para esclarecer os consumidores sobre as diferenças entre a proteção veicular e o seguro, a FenSeg lançou, recentemente, uma cartilha, e o Sincor-SP produziu vídeos. A Susep criou, em outubro do ano passado, um grupo de trabalho para discutir a questão, com a participação de órgãos do setor e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Com prazo de 90 dias para apresentar os resultados, o grupo se preparava para apresentar suas conclusões até o fechamento desta reportagem, em meados de fevereiro.

    A Susep também tem combatido a proteção veicular pelos meios legais. No âmbito da Procuradoria Federal junto à Susep, há cerca de 180 ações civis públicas, nas quais a autarquia é a autora principal, mas há também outras ações movidas pelo Ministério Público Federal (MPF). No campo da diretoria de Supervisão de Conduta da Susep, atualmente, há pelo menos 200 processos administrativos referentes à proteção veicular em apuração de indícios de irregularidades. Além disso, a diretoria está analisando outros 20 processos referentes a seguros de vida e acidentes pessoais. Esses processos, de acordo com a FenSeg, foram gerados a partir de reclamações contra as entidades de proteção veicular, que incluem desde crime contra a economia popular e o sistema financeiro até evasão fiscal e falsidade ideológica.

    Mas, a grande expectativa do mercado é a aprovação do Projeto de Lei 3139/15, de autoria do deputado Lucas Vergílio, que propõe multa às entidades e criminalização dos responsáveis que comercializam a proteção veicular. Para a FenSeg, a aprovação do projeto impedirá o avanço indiscriminado de serviços não regulados pela Susep, evitando perdas irreparáveis para a sociedade. “Sem regulação, até mesmo o crime organizado terá espaço para se infiltrar em associações ou cooperativas que negociam ilegalmente o produto, caso nada seja feito para coibi-las”, diz Borges da Costa. A Fenacor também está mobilizando a categoria pela aprovação da proposta, marcando presença nas audiências públicas. “Não descansaremos enquanto essa ameaça persistir”, garante Armando Vergílio.

    De acordo com o deputado Lucas Vergílio, a matéria está em discussão na Comissão Especial que reúne parlamentares de várias correntes de pensamento. Até o momento, três audiências públicas foram realizadas. “Creio que já avançamos bastante no debate e poderemos chegar, tenho certeza, a um resultado consensual, que seja, acima de tudo, favorável aos interesses da sociedade brasileira”.

    A regulamentação

    Entretanto, as associações e cooperativas também estão se mobilizando para regulamentar a venda proteção veicular, como um produto alternativo ao seguro, mas fora do alcance de fiscalização da Susep. Para tanto, três ou mais projetos tramitam no Congresso Nacional com essa finalidade, contando, inclusive, com o apoio e a simpatia de alguns parlamentares. Mas, Lucas Vergílio garante que a proposta que está em fase mais adiantada de análise é o PL 3139/15. “Entendo que a nossa proposição, por sua abrangência e respaldo legal, conquistará um amplo apoio no Congresso”.

    Para continuar operando, as associações e cooperativas têm a opção de se transformarem em seguradoras. “Mas, terão de seguir as regras e os trâmites da regulação, com normas claras e supervisão permanente”, diz o presidente da FenSeg. Além de reservas técnicas, essas entidades precisariam possuir capital mínimo, estrutura de gestão de riscos, controles internos, mecanismos de governança corporativa, sistema de auditoria e envio periódico de dados à Susep. Borges da Costa observa que essas entidades não estão enquadradas em regras de solvência, não recolhem qualquer tipo de imposto e como são autorreguladas escapam do alcance do CDC. “Esse mercado marginal não pode continuar operando”, afirma.

    A regulamentação poderá tirar das associações e cooperativas a grande vantagem da proteção veicular, que é o preço mais baixo que o seguro. “A grande diferença de preço vem exatamente do fato de não serem regulamentadas e de não cumprirem as regras estabelecidas pela Susep”, diz a advogada Angélica Carlini. Com a regulamentação, segundo ela, essa suposta vantagem de precificação acabará. “Se a regulação vier de forma correta, as entidades de proteção veicular terão que deixar de atuar, porque não terão mais tantas facilidades como possuem hoje. Afinal, não existe almoço grátis”.

  • Entenda como falsos corretores aplicam golpes

    Entenda como falsos corretores aplicam golpes

    14/03/2018 / FONTE: CQCS – Sueli Santos

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    A indústria do golpe está sempre inovando. Já teve a fase do bilhete premiado, do pecúlio, do hospital e por aí vai. O golpe mais recente atinge o mercado de seguros. Ganhou tanta expressão que obrigou a Superintendência de Seguros Privados (Susep) a emitir um alerta.

    Pessoas recebem correspondência em casa com todos os seus dados corretos: nome, data de aposentadoria, número do benefício junto ao INSS e aí o refresco: a mensagem de que a pessoa tem um valor a receber em planos econômicos anteriores. No atual cenário econômico de desemprego, retração do crédito, um dinheiro extra e inesperado pode ser o alívio para muitas famílias.

    O presidente do Sincor-DF, Dorival Alves, diz que no cenário atual de crise, as pessoas ficam mais suscetíveis a proposta “suspeitas”. “Na maior parte das vezes, essas cartas e propostas falsas são dirigidas a aposentados”, diz ele. O material é elaborado e conhece o processo de aposentadoria porque o argumento dos golpistas é oferecendo uma prestação de serviço que a pessoa tem direito a receber valores relativos a planos econômicos passados. “Na carta constam dados importantes como número de inscrição, data da aposentadoria que fazem as pessoas acreditar”, alerta.

    Golpes de estelionatários sempre envolvem vantagens por isso as pessoas ficam mais suscetíveis. Por isso, as pessoas devem ficar atentas a propostas ‘aparentemente’ vantajosas, realizadas sem a comprovação de uma fonte confiável.

    Dorival Alves aposta na existência de uma quadrilha especializada nesse tipo de golpe espalhada por todo o país que seduz pessoas menos instruídas. “Chama atenção que o material é bem feito, a carta é bem elaborada, os dados são corretos, a planilha com o valor do que seria resgatado pela aposentadoria, fala em nome da Susep e companhias seguradoras”, diz.

    Há alguns anos, estelionatários vêm causando prejuízos a cidadãos, oferecendo o resgate de seguros e de planos de previdência adquiridos no passado, mediante o pagamento prévio de valores para a liberação de benefícios. Quando as pessoas entram em contato, não desconfiam de nada porque são bem atendidas, o discurso do golpista é bem convincente e repleto de informações. “Muitas vezes, a vítima passa por mais de uma pessoa”, diz o presidente do Sincor-DF.

    Na maioria das vezes, quando os estelionatários entram em contato com os consumidores, as empresas nas quais os seguros foram contratados, já encerraram suas atividades, encontrando-se sob regime de liquidação extrajudicial.

    A Susep esclarece que o contato para o recebimento de valores é feito de maneira formal – por carta ou edital. Além disso, os liquidantes designados pela autarquia para vender os ativos das empresas em liquidação com o objetivo de pagar seus credores (incluindo segurados e beneficiários) não solicitam, em hipótese alguma, pagamento prévio de qualquer valor para a liberação de direitos.

    A autarquia alerta que, qualquer ligação telefônica, e-mail ou contato feito por pessoa se identificando como representante da Susep, do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e/ou de outros órgãos e entidades do setor de seguros, quando solicitado um pagamento prévio, trata-se de uma tentativa de golpe e deve ser denunciada imediatamente à autarquia.

    A denúncia foi levada ao Ministério Público Federal (MPF) e à Polícia Federal com o objetivo de coibir tal prática.

  • Planos de saúde vão oferecer 18 novos procedimentos em 2018

    Planos de saúde vão oferecer 18 novos procedimentos em 2018

    Planos de saúde vão oferecer 18 novos procedimentos em 2018

    Detalhes  Categoria: pblicado em: 07/11/2017.

    Em janeiro de 2018 entrará em vigor a nova cobertura mínima obrigatória dos planos de saúde estabelecida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A Resolução Normativa com a atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde foi publicada em (8/11) no Diário Oficial da União e estabelece a inclusão de 18 novos procedimentos – entre exames, terapias e cirurgias que atendem diferentes especialidades – e a ampliação de cobertura para outros sete procedimentos, incluindo medicamentos orais contra o câncer. Pela primeira vez está sendo incorporado no Rol um medicamento para tratamento da esclerose múltipla.

    A nova lista de cobertura passa a valer a partir do dia 2 de janeiro e atenderá 42,5 milhões de beneficiários que possuem planos de assistência médica e 22,6 milhões com planos exclusivamente odontológicos. O Rol é obrigatório para todos os planos de saúde contratados a partir da entrada em vigor da Lei nº 9.656/98, os chamados planos novos, ou aqueles que foram adaptados à lei. A lista de procedimentos cobertos pelos planos de saúde é atualizada a cada dois anos para garantir o acesso ao diagnóstico, tratamento e acompanhamento das doenças através de técnicas que possibilitem o melhor resultado em saúde, sempre obedecendo a critérios científicos comprovados de segurança, eficiência e efetividade.

    Confira os principais procedimentos incorporados no Rol

    Principais procedimentos incorporados no Rol

  • A FRAUDE QUE PROVOCA O AUMENTO DOS VALORES DE PLANOS DE SAÚDE

     
    A fraude que provoca o aumento dos valores de planos de saúde
    Tipo de Clipping: WEB
    Assunto: Assuntos de Interesse 
    Data23/08/2017
    Veículo: Portal Fator Brasil
    Page Views: 176666
    Unique Visitor: 31033

  • Dados inéditos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), obtidos pelo jornal O Estado de São Paulo

    Dados inéditos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), obtidos pelo jornal O Estado de São Paulo

    Dados inéditos da Agência Nacional de Saúde Suplementar apontam que as solicitações de tomografia e ressonância por convênios particulares cresceram 22% em dois anos; para especialistas e ANS, muitas solicitações podem ser feitas de forma indevida.

    Eliane Ferreira Santiago, de 37 anos, convive desde criança com dores fortes em todo o corpo e uma fadiga crônica. Foi em diversos médicos e conta que fez, em diferentes faixas etárias, vários exames. Ela foi diagnosticada com reumatismo, mas as dores nunca passavam. “Há uns dez anos, comecei a pesquisar por conta própria e vi que tinha todos os sintomas de fibromialgia. Procurei um médico e depois disso é que ele conseguiu me diagnosticar”, diz. Hoje, criou até um grupo sobre a doença nas redes sociais. “Quase todo mundo com a síndrome demorou anos para descobrir porque os médicos não prestam atenção aos sintomas que o paciente descreve. É uma negligência que traz sofrimento.”

    Dados inéditos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), obtidos pelo Estado, mostram que os médicos de planos de saúde brasileiros já pedem mais exames de tomografia e ressonância do que profissionais de países desenvolvidos. O número desses procedimentos por pacientes de convênios médicos no País cresceu 22% em apenas dois anos, o que, segundo a ANS e especialistas, indica que muitas solicitações podem estar sendo feitas indevidamente.

    Entre as principais razões para a realização excessiva dos procedimentos estão falhas na formação médica, interesses financeiros de hospitais e laboratórios e má remuneração por parte das operadoras aos prestadores de serviço. O fenômeno, além de aumentar o desperdício de recursos no sistema privado, ainda traz riscos aos pacientes, como a exposição frequente a radiações comuns em exames de imagem.

    A tomografia computadorizada e a ressonância magnética são usadas como referência pelos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para avaliar o acesso aos recursos de saúde na área de tecnologia médica. Enquanto nessas 35 nações – incluindo algumas das mais desenvolvidas do mundo, como Alemanha, França e Estados Unidos –, a média anual de ressonâncias é de 52 por 1 mil habitantes, no sistema suplementar brasileiro o índice foi de 149 por 1 mil beneficiários em 2016, segundo o mais recente Mapa Assistencial da Saúde Suplementar da ANS, que será publicado na próxima semana.

    A média de tomografias realizadas também é superior nos planos de saúde do Brasil em 2016 em comparação com países ricos: 120 exames por 1 mil habitantes nas nações da OCDE ante 149 por 1 mil beneficiários dos convênios médicos brasileiros.

    Considerando os números absolutos, o número de ressonâncias feitas por pacientes de convênios passou de 5,7 milhões em 2014 para 7 milhões em 2016, alta de 22%. Já o de tomografias passou de 5,9 milhões para 7 milhões no mesmo período, crescimento de 18%. Mesmo se avaliados todos os tipos de exames feitos por beneficiários de planos, houve aumento de 12% no número de procedimentos entre 2014 e 2016.

    Desperdício:

    Para Karla Coelho, diretora de normas e habilitação de produtos da ANS, a diferença entre os índices do Brasil e de outros países traz um alerta. “É um desperdício de recursos. Enquanto os prestadores de serviço, como hospitais e laboratórios, forem pagos por procedimento e não por qualidade, o número de exames será infinito”, diz ela.

    Já o professor da Faculdade de Medicina da USP Mario Scheffer destaca que “os convênios não trabalham tanto com prevenção e promoção de saúde, ficam focados na atenção especializada e, muitas vezes, ainda pressionam os médicos a fazerem atendimentos rápidos para que seja possível atender mais pacientes no mesmo dia”. “Assim, o tempo que deveria ser gasto com anamnese e conversa com o paciente é substituído pela indicação de exame.”

    Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Mauro Aranha ressalta que, além da questão da baixa remuneração pelos planos de saúde, as falhas na formação médica podem estar contribuindo para esse cenário de dependência do uso de tecnologia nos diagnósticos. “O médico que não tem competência suficiente para uma avaliação clínica vai tentar compensar com pedidos de exames.”

    30% dos resultados nunca chegaram a ser consultados

    Diretor da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Pedro Ramos afirma que são os hospitais, laboratórios e até mesmo alguns médicos são os responsáveis pelo excesso de exames realizados. “Os tomógrafos no Brasil viraram máquinas de fazer dinheiro. Os prestadores de serviço lucram e há profissionais que chegam a ganhar comissão por prescrever mais procedimentos. Saúde não é isso. Não somos contra a tecnologia, mas ela tem de ser usada quando necessária”, comenta.  Ele relata que 30% dos exames de imagem realizados por pacientes de convênios médicos nem sequer têm os resultados retirados (já considerando os que são acessados pela internet). “Isso aumenta gastos das operadoras e, por consequência, as mensalidades dos planos.”

    Segundo a diretora da ANS Karla Coelho, a agência tem apostado, como principal estratégia para minimizar o problema, na discussão de novos modelos de contrato entre prestadores de serviço e operadoras. O ideal, diz ela, é que o pagamento fosse feito por resolutividade e não por procedimento feito. No formato almejado, os planos deveriam remunerar melhor também os prestadores que investissem em ações de prevenção de doenças. “Há algumas iniciativas de algumas empresas e um grupo de trabalho interno na ANS.”

    ‘Foi dizendo que não era nada, mas fez vários pedidos’

    A família Supino, de Sorocaba, no interior de São Paulo, coleciona casos de médicos que pedem exames sem “olhar o rosto” do paciente. O casal, Alice Supino, de 49, e Antonio Carlos Supino, de 58 anos, têm plano de saúde e fazem questão de recorrer a médicos quando eles ou as filhas, Débora, de 20 anos, e Ana Paula, de 15, apresentam os primeiros sintomas.

    Em um dos casos mais recentes, Débora conta que ligou com dores para o consultório da ginecologista que a atende há cinco anos para marcar consulta. “Talvez por estar com pouco espaço na agenda, a secretária (da médica) deu o diagnóstico de infecção de urina por telefone e pediu que eu passasse no consultório pegar guias para ultrassom e exame de urina.” Segundo ela, a médica assinou os pedidos sem examiná­la. “O pior é que não havia infecção de urina e, sim, uma inflamação nas trompas (uterinas), e precisei tomar antibióticos fortes.”

    Ana Paula passou por um problema semelhante depois de detectar um caroço na mão direita, perto do pulso. Ela reclamava de dores e a mãe decidiu levá­-la a um ortopedista. “Ele olhou a mão dela de longe, do outro lado da mesa, e foi dizendo que não era nada, mas pediu vários exames, entre eles um ultrassom. Sem saber do que se tratava, receitou um anti­-inflamatório para a Ana ir tomando até que os exames ficassem prontos. Saí do consultório furiosa, achei que ele pediu os exames por pedir, pois nem examinou a mão da minha filha. A sensação era de que a gente estava atrapalhando.” Alice decidiu procurar outro médico que examinou a mão da filha, fez um raio X na própria clínica e diagnosticou um cisto.

    Antonio Carlos também lembra o drama que viveu há quatro anos quando foi internado com dores abdominais e passou por uma bateria de exames, mas os médicos nada encontraram. “Era um exame atrás do outro.”

    Diagnóstico impreciso

    Em 2015, ele também passou por atendimento com febre e dores. “De cara foi dado diagnóstico de dengue e pediu-­se uma série de exames. Depois de análises de sangue e outras, a dengue foi descartada. Até hoje não sei o que era.”

    Fonte: O Estado de S. Paulo

  • 30 anos

    30 anos

    “Hoje comemoramos uma data especial, o aniversário da nossa empresa, são 30 anos de muito trabalho, dedicação e muitas realizações.

    Foram tantos obstáculos superados e objetivos alcançados, nosso sentimento é de que todo o esforço realmente valeu a pena e ganha cada vez mais força para continuarmos por muitos anos.

    Gostaríamos de agradecer imensamente a todos que tornaram este dia possível, aos funcionários, amigos, parceiros e principalmente aos clientes.

    Um Forte Abraço em cada um de vocês”

  • Seguro Pirata – Rede Globo alerta sociedade sobre os riscos do seguro pirata

    Seguro Pirata – Rede Globo alerta sociedade sobre os riscos do seguro pirata

    Rede Globo alerta sociedade sobre os riscos do seguro pirata

    Ao contratar a chamada proteção veicular, o consumidor não tem qualquer garantia de que vai receber a indenização. O alerta foi feito pelo superintendente da Susep, Joaquim Mendanha, em reportagem veiculada pela TV Globo nesta segunda-feira (22 de maio), no programa “Mais Você”, da apresentadora Ana Maria Braga.

    Na matéria, o superintendente da Susep apontou os muitos riscos aos quais estão expostos os consumidores que contratam a proteção veicular e orientou o consumidor sobre como proceder no momento de contratar uma garantia para o seu veículo.

    Ele frisou que grande parte dos consumidores que compram proteção veicular tem a sensação de que estão contratando uma apólice de seguro. “Eles são induzidos a isso, mas não é o que acontece”, advertiu.

    Joaquim Mendanha salientou ainda que, no caso do produto comercializado por associações e cooperativas, os critérios para o pagamento das indenizações ou o conserto do veículo danificado em acidentes no trânsito são feitos por essas entidades. “Tudo é feito no momento que elas querem e o consumidor não tem garantia de que terá o carro consertado ou receberá a indenização”, acentuou.

    Por fim, o superintendente da Susep destacou a importância de se contratar o seguro com a intermediação de um corretor profissional que tem como provar que é autorizado pela Susep para fazer a comercialização técnica do produto. “Ao receber a apólice, o segurado também pode verificar o número da Susep com autorização de venda do produto. Ele também pode verificar na Susep se a seguradora está ativa. Isso traz uma segurança muito grande” acrescentou.

    Ana Maria Braga também fez questão de orientar os telespectadores. “Quando é seguro de verdade, tem um órgão, a Susep, que regulamenta a função”, destacou a apresentadora, que ainda ressaltou a importância da participação de Joaquim Mendanha no programa para dar “dicas e você não cair em armadilha”.

    Matéria do CQS de 23/05

  • Youse Seguros – A armadilha do seguro barato que custa mais caro

    Youse Seguros – A armadilha do seguro barato que custa mais caro

    24/04/2017 / Fonte: Gustavo Doria Filho

    * O estudo comparativo utilizou portal www.bidu.com.br para obter as cotações das demais seguradoras que não a Caixa Seguros.

    Youse SegurosO site Youse se apresenta como a versão mais acessível e barata de consumir produtos de seguros no Brasil e afirma que os seus custos são inferiores dos da concorrência em virtude da inexistência do Corretor de Seguros no processo, aliado a possibilidade de escolha das coberturas de interesse por parte dos clientes.

    Uma pesquisa mais apurada mostrou que os três argumentos são falsos; já que os seguros vendidos pela Youse, quando adequadamente comparados, são mais caros que a concorrência; que a Youse é uma estrutura intermediária com despesas altas de operações e que o cliente, em grande parte do País não pode adquirir as coberturas desejadas, sendo induzido, em alguns casos, a adquirir produtos sem a proteção pretendida, deixando-os expostos aos riscos mais frequentes, que acontecem na maioria dos casos de utilização do seguro, como os danos materiais parciais causados aos automóveis dos segurados e daqueles, que porventura, venham a ser vítimas de alguma colisão causada pelo motorista que contratou o seguro através da plataforma.

    O preço da Youse é mais caro

    Visando checar a veracidade da informação de que o seguros da Youse é mais barato foi realizada uma pesquisa utilizando-se dois dos modelos mais vendidos no Brasil.

    A cotação foi simulada nas praça de São Paulo e Brasilia, que são as únicas onde a Youse oferece a possibilidade de se contratar coberturas para os danos materiais parciais para o veiculo do cliente e de quem, por ventura, for vitima de acidente causado pelo contratante.

    Foi utilizado o exemplo do automóvel Chevrolet Onix Hatch LT 1.0, ano 2017, com cobertura de 100% da tabela Fipe para perda total, R$-100.000,00 para Danos Materiais, R$-200.000,00 para Danos Corporais. Além disto, acrescentou-se assistência a automóvel de 200km; carro reserva no período de 7 dias, vidros (faróis, lanternas e retrovisores).

    Para cada veículo analisado, o estudo considerou como perfil um condutor homem, de 35 anos e divorciado.

    Em São Paulo

    Franquia, participação do segurado em caso de acidente, no valor de R$-2.386,00.

    Youse – R$ 5.960,88 ao ano;

    HDI – R$ 3.948,63 e

    Tokio Marine – R$ 3.986,92

    Em Brasilia:

    Franquia, participação do segurado em caso de acidente com perdas parciais, no valor de R$-2.634,00.

    Youse – R$ 3.367,20 ao ano;

    HDI – R$ 2.456,73 e

    Tokio Marine – R$ 3.272,43

    Para o automóvel HD20 Confort 1.0 , ano 2017, com os mesmos critérios do exemplo anterior, o custo ficou:

    Em São Paulo

    Franquia, participação do segurado em caso de acidente com perdas parciais, no valor de R$ 3.300,00.

    Youse – R$ 5.630,28 ao ano;

    Allianz – R$ 4.173,82 ao ano;

    Tokio Marine – R$ 4.887,85

    Em Brasilia:

    Franquia, participação do segurado em caso de acidente, no valor de R$-3.362,00.

    Youse – R$ 3.508,32 ao ano;

    HDI – R$ 3.356,14 e

    Tokio Marine – R$ 3.620,46

    Portanto afirmar que o produto distribuído pela Youse é mais barato não corresponde a realidade. O que se percebe na Youse é que as alternativas são pré-estabelecidas, limitando significativamente as opções de contratação para dar a impressão de um custo inicial mais barato, visando atrair a atenção do consumidor, mas o impossibilitando de escolher as coberturas ideais. Quando incluídas as coberturas ideais o custo do seguro da Youse ficou mais alto que alguns concorrentes.

    Uma vantagem que o produto tem e que as demais Cias não oferecem é o pagamento parcelado em 12 vezes.

    Sem Corretor de Seguros é mais barato?

    Com um marketing agressivo a seguradora diz , através de seus atendentes, (Clique e ouça a gravação do atendimento Youse) oferecer preços muito mais baixos porque dispensa a figura do Corretor.

    Mas o Corretor de Seguros é um intermediário da mesma forma que a Youse, que distribui produtos da Caixa Seguros com elevadíssimos custos com tecnologia, marketing e atendimento pessoal, já que a maioria dos negócios tem sido fechados através do telefone.

    Os custos apresentados na comparação acima comprovam que o fato de excluir o Corretor de Seguros não reduz o custo do seguro Youse, que na verdade é mais caro do que alguns concorrentes mais tradicionais.

    A Youse induz o consumidor a não comprar os tipos de seguro mais utilizados

    A Youse não oferece cobertura para danos mais comuns e de maior incidência em quase todo o Brasil.

    Apenas as cidades de São Paulo e Brasília oferecem a possibilidade do cliente contratar proteção para perdas parciais no próprio veÍculo e/ou no daqueles que venham a ter seus automóveis danificados por colidir com um segurado Youse, as mais utilizadas e de maior incidência no Brasil.

    Em uma simulação de um cliente da cidade de Salvador, Bahia, que demonstra interesse em adquirir o seguro com a cobertura de Perda Parcial para o seu veículo aliada a de Danos Materiais a Terceiros, para o caso de colidir com outro automóvel, a atendente da Youse entra em contato telefônico com o possível cliente, explica que a Youse ainda não pode oferecer este tipo de proteção na cidade onde ele reside e tenta convencê-lo a contratar o seguro sem a garantia e aguardar o dia em que for possível adicionar estas proteções. (Clique e ouça a gravação do atendimento Youse)

    Ou seja, mesmo interessado em contratar uma proteção mais completa, o consumidor é induzido a ficar sub segurado, exposto a riscos frequentes, em função de uma estratégia agressiva de captação de novos negócios que, aliada a uma campanha publicitária incrível, o plano de comunicação é muito bem modelado, pode causar sérias perdas ao consumidor desassistido, tão frequente no ambiente online.

    A Youse também não oferece a possibilidade de se proteger de Danos Morais.

    A disruptividade sucumbiu a necessidade de fechar negócios

    A Youse chegou ao mercado se posicionando como a Seguradora Online onde os consumidores contratariam seguros totalmente via internet, depois se reposicionou como Plataforma Online da Caixa Seguradora, um intermediário entre a Caixa Seguros e o consumidor, e agora investe na humanização dos seus serviços abrindo mão do modelo 100% online e atendendo a boa parte de seus clientes via telefone.

    O que fica parecendo é que o modelo do futuro que deveria oferecer melhores produtos, por melhores preços e estabelecer uma relação 100% online abriu mão da atitude disruptiva e caminha para uma operação bem próxima das corretoras de seguros online existentes.

    Cabe ao consumidor tomar os cuidados necessários ao contratar o seu seguro ,analisando as possibilidades existentes e comparando as ofertas deste novo canal, lembrando que nem tudo é como aprece nos anúncios na hora que ele se envolve em um acidente no mundo real.

    * O estudo comparativo utilizou portal www.bidu.com.br para obter as cotações das demais seguradoras que não a Caixa Seguros.

  • Estudo avalia beneficiários de planos de saúde

    Estudo avalia beneficiários de planos de saúde

    Estudo avalia beneficiários de planos de saúde

    Detalhes

    Categoria:Consumidor

    Publicado em: 21/02/2017

    Os beneficiários de planos de saúde estão fumando menos, consumindo mais frutas e hortaliças e se exercitando mais, mas ainda sofrem com o excesso de peso e a obesidade. É o que mostra um amplo estudo realizado pelo Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). De acordo com a pesquisa Vigitel Brasil 2015 sobre a saúde suplementar, a proporção de fumantes caiu quase 42% e a de indivíduos fisicamente inativos reduziu 16,2% desde 2008, ano em que foi feito o primeiro levantamento. Já a proporção de indivíduos com excesso de peso cresceu 12,5% no período e a de obesos cresceu 36%.

    A pesquisa aponta que a proporção de beneficiários de planos de saúde com excesso de peso é de 52,3% (em 2008 eram 46,5%) e a de obesos é de 17% (em 2008 eram 12,5%). São consideradas com excesso de peso pessoas com índice de massa corporal (IMC) igual ou acima de 25 e obesas as que possuem IMC igual ou acima de 30. O resultado é obtido pela divisão do peso do indivíduo pela altura ao quadrado.

    Em contrapartida, a análise mostra que os indicadores relacionados ao tabagismo apresentaram resultados muito positivos no período. O percentual de pessoas que se declararam fumantes ficou em 7,2%, abaixo dos 12,4% identificados em 2008. Também foram identificadas melhorias nos indicadores do consumo alimentar – em 2015, 32,9% das pessoas que participaram do estudo declararam consumir cinco ou mais porções diárias de frutas e hortaliças, durante cinco ou mais dias da semana, um aumento de 21,8% em relação a 2008 (quando o percentual foi de 27%). Outro dado positivo diz respeito à atividade física: houve redução de 16,2% no percentual de indivíduos fisicamente inativos (16% em 2015 contra 19,1% em 2008).

    Mudança de hábito

    Para a diretora de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, Karla Santa Cruz Coelho, os resultados apontam para a necessidade de um estímulo ainda maior à adoção de um modelo de vida saudável, com a inclusão de práticas constantes de atividades físicas e melhor alimentação. “A Agência vem estimulando as operadoras a incorporarem progressivamente ações de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças, até como uma forma de reduzir custos, lidar com a transição nutricional e com o envelhecimento da população. Em 2016 realizamos uma série de atividades para mobilizar as operadoras em torno desse tema”, afirma a diretora.

    Ela diz que “os programas de promoção de saúde são criados para gerar resultados específicos ou efeitos em um grupo relativamente bem definido de pessoas, com o objetivo de identificar problemas de forma oportuna e proceder o monitoramento dos riscos em saúde”. Por isso, é necessário articular a rede de atenção, de forma interdisciplinar e intersetorial. Ela afirma também que a ANS desenvolverá diretrizes clínicas baseadas em evidências, foco no controle do sobrepeso e obesidade na saúde suplementar.

    É importante ressaltar, ainda, que o rol de procedimentos da ANS já prevê coberturas obrigatórias para a assistência à saúde dos beneficiários com problemas de sobrepeso e obesidade, com garantia a diversos profissionais médicos de várias especialidades, como nutricionista e fisioterapeutas, entre outros.

    Atualmente, 383 operadoras de planos de saúde oferecem 1.481 programas de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças. No total, esses programas cobrem mais de 1,7 milhão de beneficiários. “As operadoras devem adotar iniciativas que estimulem a qualidade de vida de seus beneficiários e que agreguem pontos nas avaliações de qualificação realizadas pela ANS”, completa Karla Santa Cruz Coelho.

    Ações da ANS em promoção e prevenção

    • Participação no Comitê Gestor de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) do Ministério da Saúde (um dos produtos do Comitê foi a elaboração da publicação “Plano de Enfrentamento de DCNT no Brasil”);
    • Desde 2014 desenvolve workshops regionais com o objetivo de promover a troca de experiências entre os representantes das operadoras do setor na implementação de ações e programas de promoção e prevenção;
    • Estímulo à discussão e planejamento de programas;
    • Implementação de Programas de Promoção e Prevenção pelas Operadoras sobre Obesidade (Saúde do Adulto) e Obesidade Infantil (Saúde da Criança).

    Sobre o Vigitel 2015

    A Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) é realizado desde 2006 pelo Ministério da Saúde em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. Inicialmente, a pesquisa não discriminava os usuários de planos de saúde. A partir de 2008, em parceria com a ANS, o estudo foi ampliado e passou a avaliar dados de beneficiários de planos.

    O Vigitel da Saúde Suplementar foi feito com base em 53.021 entrevistas por telefone, em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. Desse total, 30.549 pessoas afirmaram ter plano de saúde, sendo 19.345 mulheres e 11.204 homens. O inquérito tem por objetivo monitorar, através de pesquisa realizada por telefone, a frequência e a distribuição dos principais determinantes das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). A atual publicação do Vigitel da Saúde Suplementar dá seguimento às três edições anteriores, publicadas em 2009, 2012 e 2015.

    O estudo dos indicadores do Vigitel da saúde suplementar estimula a reflexão de gestores, prestadores e beneficiários de planos de saúde, contribuindo para a formulação de modelos de cuidado que promovam a interface necessária entre a promoção da saúde e a prevenção de doenças e os demais níveis e complexidades da assistência à saúde. Com isso, a ANS busca garantir o acesso aos serviços e a melhoria da qualidade de vida da população beneficiária de planos de saúde.

    Alerta sobre doenças crônicas

    As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que as DCNT são responsáveis por 70% de um total de 38 milhões de mortes ocorridas no mundo em 2014.

    No Brasil, as DCNT são igualmente relevantes, tendo sido responsáveis, em 2013, por 72,6% das causas de morte, com destaque para as doenças cardiovasculares (29,7%), seguidas das neoplasias (16,8%), doenças respiratórias crônicas (5,9%) e do diabetes (5,1%).

    De acordo com a OMS, um pequeno conjunto de fatores de risco responde pela grande maioria das mortes por DCNT e por fração substancial da carga de doenças devida a essas enfermidades. Entre esses fatores, destacam-se o tabagismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, dietas inadequadas e a inatividade física.

    Confira a publicação completa.

    infografico vigitel

    Veja a seguir os principais resultados do Vigitel da Saúde Suplementar 2015